Sou um sujeito cheio de recantos.
Os desvãos me constam.
Tem hora leio avencas.
Tem hora, Proust.
Ouço aves e beethovens.
Gosto de Bola-Sete e Charles Chaplin.
O dia vai morrer aberto em mim.
(Manoel de Barros in Livro sobre nada p.31)
janela para julho, por Sergia A.
Foi um bom ano. Palavras que se apresentaram nas redes sociais nos últimos dias. Com algumas alternâncias de adjetivos, nunca contraditórios. Então me peguei pensando sobre os dias que 2014 levou, sem os traços impositivos das mídias que nos guiam. Para não ceder ao meu jeito otimista de ser, precisei listar de um lado os que acordaram tortos e um tanto acinzentados, e de outro os que me pareceram retos, imponentes e positivos. Racionalmente separados. Um balanço. Examinei-o. Que coisa sem poesia! Sacudi, virei tudo de cabeça para baixo só para desregular.