Prostrando-se, adoraram-no;
e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe
presentes: ouro, incenso e mirra.
(Mateus 2,1-12)
jardim suspenso, por Sergia A.
Ali, no meio do shopping, ela assiste a correria. Catatônica. Sacolas e sapatos atropelando seus pés estendidos, propositalmente, à frente do banco. Como se alguém pudesse reparar no seu gesto. Cansada, volta para casa. Nada nas mãos. Todo o peso sobre os ombros. Escuto sua voz afogada pela correnteza do tempo. Tudo fica para a última hora. Tudo segue uma lista sem nexo. O impulso alimentado pela pressa. Pior que a pressa, a obrigação de presentear em data fixada. Pior que a obrigação, a necessidade de garantir a troca.