domingo, 8 de outubro de 2017

Canto para a lua nova




riso enlarguecido, por Sergia A.


Ela cantava para sua pequena em noites frias, acomodando seus corpos aquecidos sob as cobertas. Era preciso proteger a pele macia  e o brilho do olho do avanço do vento noturno, impetuoso, que corta e cega. 

O tempo se repete. Não cansa de ser ontem. À pequena crescida a repetição se faz em canto. Como se no tamborilar dos dedos, na cadência das palavras, os céus ouvissem o ecoar de um pranto:



um risco de lua, por Sergia A.

às vezes
quando escurece aqui dentro
um pedaço de lua me sorri

às vezes, de repente,
aqui embaixo tudo se ilumina
para igualar-se ao brilho
de um pedaço de lua
que insiste em me sorrir

e onde quer que eu vá
um riso enlarguecido
expande o azul






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