domingo, 10 de dezembro de 2017

Demolição




adobe, por Sergia A.



Das paredes o marrom do adobe escorreu cedendo à insistência das chuvas, como o sangue amarelado das mariposas. Trincas se fizeram brechas na fragilidade da arcaica estrutura revestida de austeridade, olhares severos e não ditos.


Já não cabiam reparos ao anúncio de inevitável rompimento. Restou no chão sobre escombros o arrastar dos passos em fuga, fatigados de peso e imobilidade. Carregando nas cicatrizes leveza e movimento.


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