que vai dar em qualquer ponto da terra.
Teresina diz #EleNão, por Edilene Facundes |
Vivemos um tempo difícil. Aqui e no mundo. A crise migratória na Europa, a crise de representação norte-americana, a crise política brasileira revelam, de repente, as cores desse tempo que nos sufoca. E nos sufoca porque tendemos a imaginar que o tempo é uma linha reta em direção ao futuro. Imaginamos que o que ele nos trouxe de ruim foi superado e o que ele nos trouxe de bom está assegurado. No entanto, o tempo é indomável e não obedece ao traçado dos homens. Ao contrário, teima em manter um movimento cíclico. Depois de nos oferecer uma revolução nos costumes, e a promessa de uma era de aquários, nos convida a surfar em uma onda de conservadorismo angustiante.
Como já disseram os observadores do tempo antes de mim, e eu apenas repito, quem primeiro sofre as consequências das retrações econômicas e dos retrocessos políticos são as mulheres e as minorias. É sobre elas que cai todo o peso. A xenofobia que empurra os reacionários ao poder na Europa nada mais é do que o medo de ver o outro ocupando um lugar que, a principio, era deles. Ninguém questiona de onde vinha o conforto desse lugar, ou se sua construção usou como combustível a vida do outro em guerras sangrentas distantes.