terça-feira, 17 de abril de 2012

Argumento




Não atendi ao chamado. Estava sem tempo, argumentei de forma convincente. Mas, afinal, o que é o tempo?
Um pensamento insistente sacode a quietude da noite. Já não há remédio, só o exercício de leitura e tradução, renitente como um pedido de misericórdia.
Que o ritmo elegante e a complexa simplicidade do poema de Robert Frost purifiquem a minha alma, com o perdão para o duplo pecado:

A Time to Talk


When a friend calls to me from the road
And slows his horse to a meaning walk,
I don't stand still and look around
On all the hills I haven't hoed,
And shout from where I am, What is it?
No, not as there is a time to talk.
I thrust my hoe in the mellow ground,
Blade-end up and five feet tall,
And plod: I go up to the stone wall
For a friendly visit.

Robert Frost (1874-1963)
***


Um Tempo para Conversar

Quando um amigo me chama da estrada
E faz do trote do cavalo marcha de passeio,
Não fico de pé olhando em volta, silencioso,
Para todos os montes ainda não capinados,
Gritando de onde estou, o que é que há?
Não, não há tempo para proseios.
Enfio minha enxada no chão precioso,
Ponta da lâmina erguida e a mais de metro,
E arrasto-me: subo até o muro de pedra
Para um papo amigável


Tradução: Sergia A.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita! Volte sempre.