Então irromperia um novo paradigma, vale dizer, uma nova
consciência e de acordo com ela um novo modo de produção
e de consumo que buscaria um acordo com as possibilidades
reais da Terra e as demandas sensatas e justas de toda
a comunidade de vida, especialmente, dos seres humanos.
(Leonardo Boff, em entrevista ao portal Ideia Sustentável)
Chuva e flores no planalto central |
Há alguns dias uma amiga me convidou para ver uma palestra de Leonardo Boff. Larguei tudo. Troquei de roupa rapidamente e fiquei de tocaia no portão como criança à espera de um brinquedo novo. Quando que, nesse tempo dominado pela falsidade e a surdez, eu teria nova chance de ouvir um intelectual desse porte assim de perto?
O auditório estava lotado, mas chegamos a tempo de encontrar um lugar para sentar. Dezenas de pessoas se espremiam pelas laterais. Gente de todas as idades. Mas o que me deixou mais feliz do que ficar acomodada em uma cadeira foi observar a presença animada dos jovens. Aplausos. Muitas palmas e um respeitável senhor de oitenta e um anos, com algumas mazelas pelo corpo, se pôs de pé no meio do palco. Trouxeram-lhe uma cadeira que ele recusou, prontamente, dizendo preferir sentir circular a energia.