terça-feira, 12 de maio de 2015

Geometria do olhar


Ficamos espremidas diante da janela estreita, à espera do elevador. Um ponto branco macula o azul. É, então, que ela preenche meus olhos e ouvidos com coisas sem sentido:


ponto branco sobre fundo azul, por Sergia A.


A cidade moderna recorta o céu para dar à luz minha janela distraída. Faz pouco caso da lua e da sua insistência milenar. Partida ao meio, ela alcança lugar ao sol. Ainda que reclame sua ausência para se fazer notar.

A cidade antiga treme ao pé da montanha. Esfuma os recortes pontiagudos do céu para olhos de caminhantes distraídos. Faz pouco caso do seu altivo caminhar. Sem molduras para pedaço de lua, por inteiro, refaz-se o olhar.

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