terça-feira, 12 de junho de 2012

Um sinal?


Teresina pela janela,  por Sergia A.


Alguns dias depois que um passarinho verde visitou o meu quarto,  um enorme morcego se achou no direito de fazer o mesmo. De onde veio, não faço a menor idéia. Disseram-me que não era vampiro. Bom, vampiro ou não, o certo é que heroicamente eu derrotei o intruso.

Como uma legítima latino-americana que teve seu sono embalado por lendas de origens indígena e africana, por algum tempo tentei encontrar um sentido para os dois fatos estranhos. Uma conclusão óbvia, possível e bem racional em tempos de Rio + 20: os dois tem asas, perderam seus sensos de direção na desorientação geral desta cidade que invade despudoradamente os seus domínios.

A poucos meses das eleições municipais, não consigo vislumbrar entre velhos rostos com novos disfarces nenhum projeto de gestão digno das necessidades de uma cidade que cresce assustadoramente sem planejamento em pleno século XXI. Investimento a longo prazo e sustentabilidade parecem ser palavras de uma língua distante, presentes apenas nos vocabulários que compõem discursos repetidos e não convincentes. Mas vou deixar esse assunto para outros fóruns de discussão. Hoje eu mereço um pouco de alegria.

Xô racionalidade!
E se forem sinais?
Pois bem, no dia seguinte ao trágico episódio (para o morcego, claro) recebi uma boa notícia de um concurso literário. Minha alegria não se deve apenas ao prêmio que talvez para muitos não tenha o menor valor, mas ao significado especial  que ele tem para mim nesse momento. Entendo-o como um sinal de que existe sim um caminho a ser trilhado ainda (o pássaro verde...) e que percorrê-lo por inteiro vai depender da firmeza dos meus passos (o morcego derrotado...).
Que Teresina também consiga perceber os seus sinais a tempo!

***
Leia aqui minha homenagem às lutas e conquistas das mulheres (o texto premiado com um honroso segundo lugar).

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