Que nada nos limite
Que nada nos defina
Que nada nos sujeite
Que a liberdade seja a nossa própria substância...
(Simone de Beauvoir in Liberdade)
Feminino, por Sergia A
Já tive oportunidade de falar aqui sobre o fascínio que as cartas exercem sobre mim. E retorno a esse assunto por lembrar que há alguns anos ganhei de uma amiga um edição de bolso do livro Cartas a um jovem poeta (Briefe an einem jungen Dichter, no título original), de Rainer Maria Rilke (1875-1926). Uma reunião de cartas do poeta nascido em Praga (quando essa pertencia ao império Austro-Húngaro) enviadas ao então jovem poeta Franz Xaver Kappus, no período de 1903 a 1908.
Desde então ele está sempre à mão, pronto para me oferecer uma palavra nas mais inusitadas situações. É assim que neste 08 de março um trecho de uma das cartas me salva das mensagens piegas e vem comigo celebrar o dia dedicado às mulheres, com sua admirável projeção de futuro:
(...) Um dia se encontrarão a menina e a mulher cujos nomes não significarão apenas uma oposição ao elemento masculino, mas algo de independente, algo que não fará pensar em complemento ou em limite, apenas na vida e na existência: o ser humano feminino.
Tal progresso transformará profundamente a vivência do amor, agora cheia de equívocos, trará alterações profundas (a princípio contra a vontade dos homens ultrapassados), configurando uma relação de ser humano com ser humano, não mais de homem e mulher. (...)
Tal progresso transformará profundamente a vivência do amor, agora cheia de equívocos, trará alterações profundas (a princípio contra a vontade dos homens ultrapassados), configurando uma relação de ser humano com ser humano, não mais de homem e mulher. (...)
Roma, 14/05/1904 (trad. Pedro Sussekind)
Quando fala alguém grandioso e único,
os pequenos têm de se calar
(Franz X. Kappus, trad. Pedro Susssekind)
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