domingo, 6 de maio de 2012

Ganhando nova vida

Já se foram noves meses. 

Where Books Come to Life,  por Anderson M Studio
Fonte: YouTube

Tenho dedicado boa parte do meu tempo, neste primeiro ano da segunda parte, a estudar a relação entre as artes, e mais especificamente entre Literatura e Cinema. Não me acho, ainda, capaz de publicar nada sério sobre isso. Mas, de vez em quando, alguma coisa me provoca e não consigo conter as palavras e seus delírios. Alucinadas elas me atormentam até encontrarem uma página em branco para deleitarem-se. É o paraíso. É assim que se movimenta esse blog. Aliás, existe algo mais ilusoriamente democrático do que um blog? Eu publico, ninguém me dá nota e ainda corro o risco de alguém gostar dos meus argumentos. É verdade que, como diz Jaron Lenier, minha produção contribui com um grãozinho a mais nos papos de alguns jovens milionários, e nada para mim é claro, já que prazer não se conta em moedas. Mas a opção é livremente minha. Então vamos ao que interessa...

Desta vez a tormenta teve início quando durante uma pesquisa sobre animação, vi o curta/peça publicitária Where Books Come to Life. Um stop-motion produzido pelo Anderson M Studio para o New Zealand Book Council, uma instituição de promoção da leitura, livros e escritores daquele país. O filme é uma reprodução de trecho do livro Going West (1993) do neozelandês Maurice Gee, em uma sequência de belas imagens resultantes de um trabalho primoroso que combina fotografia e arte em papel recortado. Como acontece no nosso cérebro, as imagens vão surgindo do livro e ganham vida à medida que uma voz em off o lê. Objetivo completamente alcançado. Fiquei curiosa. Precisava urgentemente conhecer o livro, o autor.

Produto importado sob encomenda, foi a resposta dada pela livraria. Contentei-me, por enquanto, com uma entrevista que Maurice dera ao jornalista Andrew Johnston do Evening Post (Wellington, NZ) por ocasião do lançamento. Por ela fiquei sabendo que o livro traz um poeta como personagem principal e em torno dele explora a natureza da criação literária. Assim como o pequeno filme explora a natureza da leitura e seu poder de despertar a imaginação, ou de devolver às palavras a vida que existiu antes delas.

Qual não foi minha surpresa ao descobrir que Maurice tinha como motivação para escrita do livro, o desejo de falar sobre o trabalho e as formas como ele altera a vida das pessoas, tendo escolhido um profissional da palavra como personagem, por ser esse um universo que ele dominava. Sua pergunta central era: como o trabalho molda a vida das pessoas? Uma boa pergunta nesse momento em que há um novo ciclo em gestação.

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