sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ao vento


Sombra,   por  Sergia A.


Sentindo sob meus pés andarilhos a firmeza do chão da minha terra, e sob uma luz intensa amortecida pelas lentes, a alegria do reencontro com a leveza e a inocência.

Dias de flores e doçura, propícios e necessários para que se acomode na lembrança o turbilhão e para que se redirecione o pensamento rumo ao balanço de um novo vento.

Aquieta-me a mente o exercício de tradução, ao impor-me a riqueza rítmica do poeta irlandês W. B. Yeats (1865-1939), que de alguma forma toca profundamente a minha alma, e a quem peço perdão e agradeço. Quem sabe, mereço uma nova dança:


To a child dancing in the wind


Dance there upon the shore;             
What need have you to care
For wind or water's roar?
And tumble out your hair
That the salt drops have wet;
Being young you have not known
The fool's triumph, nor yet
Love lost as soon as won,
Nor the best labourer dead
And all the sheaves to bind.
What need have you to dread
The monstrous crying of wind?

(William Butler Yeats, 1916)
            
                                 ***


Para uma criança dançando ao vento

Dance na praia adiante;                                                             
Que faz você evitar                                                                      
Do vento ou da água o canto?
E o cabelo jogar
Úmido pelo sal;
Tão jovem não conhece
O êxito dos tolos, não
Perdeu amor que alvorece                                                           
Nem servidor exausto
Sem que os feixes fizesse.
Que faz você recear
Do giro o horrendo berro?

(Tradução:   Sergia A,  07/2012)

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