Teatro Palácio das Artes - Belo Horizonte/MG jun/2006
Fonte: YouTube
No fim de um dia turbulento no trabalho, larguei tudo e, um tanto sem rumo, com medo de contaminar meu doce lar com toda a minha angústia, decidi passar no Teatro 04 de Setembro para ver o que estava acontecendo. Havia um show. A bilheteria estava fechando. O nome do artista me era desconhecido.
Entrei. Acomodei-me na última fila e, sob os acordes de um violão, me permiti ser transportada para um mundo distante. Ficou, desde então, ressoando na minha mente, esta canção-poema-oração .
Só agora me dou conta de que parece ter sido feita para mim nesse momento em que deixo definitivamente a atividade bancária, para dedicar-me inteiramente àquilo que nutre a minha alma, em um tempo que eu tenho chamado aqui de segunda parte da minha vida.
Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta
Entrei. Acomodei-me na última fila e, sob os acordes de um violão, me permiti ser transportada para um mundo distante. Ficou, desde então, ressoando na minha mente, esta canção-poema-oração .
Só agora me dou conta de que parece ter sido feita para mim nesse momento em que deixo definitivamente a atividade bancária, para dedicar-me inteiramente àquilo que nutre a minha alma, em um tempo que eu tenho chamado aqui de segunda parte da minha vida.
Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta
(Alma Nua – Vander Lee)
O alimento da alma me parece mais "nutritivo"... transcede, embriaga, entorpece, excita.
ResponderExcluirBoa sorte nessa nova parte da tua vida. Vai! Semeia sonhos, desperta desejos, experimenta sensações... o lucro? Toda letra derramada e banhada de sentimentos... venham eles de onde vierem.
Beijo grande!!!
Obrigada, Luciana, por tão belas palavras. Que elas (as palavras) continuem carregando nossas vidas de significados!
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