sexta-feira, 20 de junho de 2014

Caderno antigo


Enquanto o mundo se dá conta de que rola nos campos mais do que uma bola, eu aqui limpando gavetas:


Branco sobre fundo verde e vermelho, por Sergia A.


Há um poema à minha espera, na página em branco que a mente abriga. Tambores dão o tom de sua presença. Nas valas escuras abertas entre calçadas. Nas ruas sem rumo, nos becos repetidos.

Há um poema à minha espera, na folha borrada de um caderno antigo. Cores marcam passos de sua dança. Ardente como a noite dos amantes. Ausente na claridade do dia rompido.

Preso na garganta do tempo, há um poema enrubescido.

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